MIDNIGHT CLUB 3 REMASTERED EM HD

 

Na década passada a Rockstar Games lançou uma série de games do Midnight Club, baseada no universo das corridas de rua (ou hashiriya) do Japão. Ainda que não tenha feito o mesmo sucesso que Need for Speed: Underground, Midnight Club teve seus fãs e cativava pelo modo como você andava pelas ruas em alta velocidade vencendo corridas, comprando carros e os preparando com peças cada vez melhores.

Acontece que, enquanto Need For Speed: Underground foi inspirado pelo primeiro filme da saga “Velozes e Furiosos”, Midnight Club tem uma inspiração real: a gangue japonesa Mid Night Club, que foi uma das mais importantes da cena hashiriya japonesa entre 1987 e 1999. Foram 12 anos intensos, e vou contar esta história agora. (Como é comum nas histórias sobre gangues japonesas, pouco do que se sabe sobre o Mid Night Club veio de quem, de fato, foi um membro. A maioria é fruto de relatos de quem os viu em ação ou de admiradores que pesquisaram sua história a fundo).

Os Bōsōzoku

Era o fim da década de 80, e as grandes cidades do Japão eram dominadas por gangues de motociclistas chamadas Bōsōzoku, cuja atuação ia de corridas de rua até a atos de vandalismo e confrontos violentos com gangues rivais. Não é preciso pensar muito para concluir que eles não eram exatamente queridos por aquelas bandas.

Os Bōsōzoku eram especialmente detestados pelos donos de esportivos preparados. Eles eram constantemente provocados pelos motociclistas e acabavam, às vezes, sendo obrigados a dar-lhes uma lição. Como? Acelerando — e deixando os vândalos de duas rodas para tráz. Em 1987, alguns dos melhores pilotos de rua se reunirem para formar sua própria gangue de corridas de rua, movidos pela rivalidade e pela adrenalina de correr nas ruas. Era o Mid Night Club, que tinha este nome porque as reuniões aconteciam sempre depois da meia noite em um local predeterminado. O Mid Night Club ficou conhecido por ser uma das gangues de rua mais longevas do Japão e pelos padrões de exigência extremamente altos para quem quisesse se tornar um membro. Antes de tudo, era preciso ter um carro capaz de superar os 250 km/h. Depois, provar que sabia o que fazer com ele. Por fim, caso fosse aprovado, precisava comparecer a todas as reuniões organizadas pelo clube ao longo de um ano.

Cerca de 10% dos candidatos conseguia se tornar um membro do grupo. Contudo, uma vez lá dentro, não era nada difícil ser desligado: bastava fazer qualquer coisa que representasse perigo para os outros motoristas nas ruas ou para os outros membros. Por esta razão, a gangue sempre tinha, em média, 30 membros. Um aspecto interessante era o modo como as reuniões eram organizadas. Para definir o local, um anúncio era postado na seção de classificados de um jornal de menor circulação. O teor do anúncio e o jornal no qual ele seria veiculado eram definidos no fim da reunião anterior — normalmente era um assunto genérico e que não despertasse interesse, como “bolsas à venda com desconto” ou algo do tipo, seguido do endereço da próxima reunião. Uma solução criativa, fruto de uma época sem smartphones e Whatsapp. As corridas aconteciam na rodovia que liga Tóquio a Yokohama — a famosa Wangan, e era lá que uma das exigências para entrar na gangue se justificava: quando o Mid Night Club promovia corridas entre os próprios membros ou envolvendo os Bōsōzoku, frequentemente os carros chegavam aos 300 km/h. Naquela época, as viaturas de polícia do Japão tinham sua velocidade máxima limitada a 180 km/h e, por isso, os homens da lei simplesmente não conseguiam capturar os pilotos de rua do Mid Night Club.

 BAIXAR

LOGO ABAIXO.


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem