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Só de ler "100% atualizado" qualquer fã de futebol virtual que viveu a infância ou adolescência nos inícios dos anos 2000 já completa automaticamente com o verso "é ruim de aturar" e começa a cantar mentalmente o funk do mod que marcou toda uma geração. Lançado numa época em que o futebol nacional ainda não recebia tanta atenção dos jogos, o Bomba Patch se tornou o símbolo da paixão pelo esporte e pelo video game de uma parte da população brasleira.
A modificação feita sobre o Winning Eleven 10 (ou PES 6) que começou como uma simples brincadeira do paulista Allan Jefferson virou moda e fez o Brasil inteiro jogar. Em celebração aos 25 anos da franquia Pro Evolution Soccer, o ge contará neste especial toda a história e bastidores do Bomba Patch, desde o nome até a reinvenção dos dias atuais. Tudo começou em 2007. Allan possuía uma locadora de jogos no bairro Jardim Maria Bonati Bordignom em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, e fazia campeonatos de Winning Eleven 10 para concorrer com o CS das lan houses. Justamente no dia do aniversário de 24 anos, o programador promovia o primeiro torneio em casa. Ao ser perguntado sobre qual seria a premiação para os vencedores, ele se surpreendeu e pegou na cozinha algumas bombas de chocolate que a mãe fazia para vender e anunciou como prêmio. A partir deste momento nascia a Copa Bomba.
- Na primeira copa feita, não tinha premiação, aí o povo perguntava o que ganhava e então, passando pela cozinha, peguei umas unidades e fiz um pacotinho de bombas de chocolate como prêmio. Na segunda edição do campeonato, a premiação era bem melhor, como aparelho de dvd, discman mas o povo ainda queria Bomba de chocolate - conta.
Para dar mais imersão às Copas Bomba, Allan começou a criar modificações no Winning Eleven 10 colocando clubes das série A e B do Brasileirão. A modificação foi sendo cada mais falada no bairro até que o paulista decidiu passar para alguns colegas através do memory card do PlayStation 2 e assim começou a espalhar o patch para a capital paulista e depois para o Brasil inteiro. Apesar de ser o mais famoso, o Bomba Patch não foi o único a nascer nessa época. Segundo Allan, havia toda uma comunidade que interagia a partir de fóruns e comunidades na internet e todos se ajudavam. Tanto que depois de ver o crescimento do próprio mod, o paulista resolveu criar um grupo do Bomba para ensinar outras pessoas a editar e modificar o jogo da Konami.
- Na época em que eu comecei, existiam outros patches, como o Brazukas. Eu participava de fóruns e comunidades nacionais e internacionais e fui aprendendo a editar. Nestas comunidades, todos se ajudavam nas edições mas cada um tinha o seu patch. Fui aprendendo e aprimorando o jogo - revelou.
Ainda sem saber o quão grande se tornara o Bomba Patch, Allan Jefferson deixou o projeto e se mudou para o pequeno município de Mulungu, na Paraíba, a fim de estudar para o vestibular. Morando no sítio da família e sem muito contato com a internet, ele só foi se dar conta da grandeza do mod quando viu uma loja de games vendendo o Bomba no centro de uma cidade vizinha. Ao se identificar como o criador do jogo para o lojista, ele recebeu uma proposta: voltar a fazer as atualizações semanais e entregar em primeira mão para a loja.
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